Caroneiro, o partido Republicanos, que usou do nome do presidente Bolsonaro, acabou perdendo prestígio entre os bolsonaristas que faziam parte da sigla. Isso porque o partido usou os conservadores ao se intitular de direita, com a finalidade de ganhar votos, mas acabou cedendo a velha política e aceitou cargo em ministério do governo Lula.
Um dos deputados que mostrou descontentamento e acabou abandonando a sigla foi o parlamentar Luciano Zucco (RS), o deputado abandonou a sigla por não pactuar com os mandos e desmandos do presidente do partido Marcos Pereira por estar votando alinhado ao presidente Lula. Insatisfeito com o rumo tomado pelo Republicanos, que aderiu ao governo petista, o parlamentar conseguiu a liberação em três níveis e já está filiado ao PL do presidente Jair Bolsonaro.
As tratativas deram início quando o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, afirmou que “Lula é irresistível”.
Com objetivo de melhorar a articulação do governo na Câmara dos Deputados, Lula cedeu o Ministério de Portos e Aeroportos para o deputado federal Silvio Costa Filho, do Republicanos. Na época, o partido publicou uma nota informando que permaneceria independente apesar da entrada da sigla na Esplanada de Lula, mas a nota não convenceu.
O resultado foi a debandada que tem acontecido no partido. Dentre os dissidentes estão Carlos Bolsonaro, que já se desfiliou do Republicanos e está filiado ao PL-RJ.
Outro que tem sinalizado insatisfação é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP). A possibilidade de Tarcísio mudar de partido criou corpo durante a estada de Bolsonaro em 25 de fevereiro, dia do ato na av. Paulista. Na ocasião, Bolsonaro ficou hospedado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Tarcísio é filiado no Republicanos desde 2022. Foi eleito pelo partido naquele ano, assim como outros aliados de Bolsonaro, como a ex-ministra Damares Alves e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. A legenda apoiou a reeleição de Bolsonaro, porém, atualmente, todos estão mostrando insatisfação com a sigla, devido a aproximação com o governo Lula.
DISSIDENTE
Outro partido que também usurpou do nome de Bolsonaro para atrair o público conservador e que acabou cedendo aos “encantos” de Lula foi o União Brasil.
Nascido da fusão do PSL com o DEM, o União Brasil comanda três ministérios e reivindica mais espaços no governo, porém, com a perda de prestígio e as constantes críticas, os caciques da sigla perceberam que o posicionamento mais voltado para os petistas tem prejudicado os pleitos futuros, contudo, o partido articula um retorno às origens conservadoras e de direita.