No primeiro semestre de 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou um aumento de 6,5% no número de mortes em acidentes de trânsito nas rodovias do Paraná em comparação ao mesmo período de 2023. O aumento de 17 mortes, subindo de 261 para 278, está diretamente relacionado às colisões frontais, que são predominantemente causadas por ultrapassagens proibidas ou forçadas e pelo excesso de velocidade.
Das 278 vítimas fatais de acidentes de trânsito nas rodovias federais do Paraná, 93 perderam a vida em colisões frontais, um tipo de sinistro onde dois veículos se chocam de frente, causando uma interrupção abrupta na trajetória dos veículos e de seus ocupantes. Em 2023, foram registradas 74 mortes nesse tipo de acidente, o que representa uma redução de 21% em relação a este ano. Para ilustrar a gravidade do impacto, a uma velocidade de 100 km/h, o corpo humano se comporta como se tivesse um peso 28 vezes maior. Assim, em caso de desaceleração brusca, os órgãos sofrem danos severos, continuando na mesma trajetória e velocidade. Nas colisões frontais, devido à soma da energia dos veículos envolvidos, os danos tendem a ser mais graves.
Apesar de representar aproximadamente 7% dos acidentes, as colisões frontais correspondem a um terço das mortes registradas no estado. A maioria desses acidentes (54%) ocorreu em trechos não duplicados, onde o fluxo de ambos os sentidos compartilha a mesma pista.
Ao monitorar os casos, a PRF intensificou a fiscalização de ultrapassagens proibidas e excesso de velocidade, além das operações regulares, realizando blitzes específicas para essas infrações. Como resultado, houve um aumento de 5,3% nos registros de ultrapassagens proibidas e de 3,5% nos registros de condutores trafegando com velocidade acima do limite permitido.
No entanto, para reduzir o número de mortes e feridos, é crucial que os motoristas adotem um comportamento seguro nas rodovias, respeitando as normas de trânsito. Aos condutores que já seguem essas diretrizes, a PRF recomenda adotar uma postura defensiva: ao avistar outro veículo realizando ultrapassagem, mesmo que de forma irregular, reduza a velocidade e, se possível, mova-se para a direita da via. Antes de ultrapassar, verifique se há espaço e condições seguras para concluir a manobra, evitando iniciar a ultrapassagem se outro veículo já estiver em processo de ultrapassagem atrás. Utilize corretamente as luzes do veículo: sinalize com a seta e utilize o farol alto para alertar o condutor à frente. Para maior segurança, prefira ultrapassar um veículo de cada vez.
Os atropelamentos são uma preocupação constante para a PRF, especialmente os envolvendo pedestres: 48 pessoas perderam suas vidas desta forma, um aumento de 9 em relação ao primeiro semestre de 2023. Como usuários mais vulneráveis das rodovias, os pedestres enfrentam maior fragilidade devido às altas velocidades comparadas ao tráfego urbano.
Esses acidentes estão diretamente ligados à falta de condições básicas de segurança nas estradas, como a visibilidade mútua entre condutores e pedestres. A luz natural do sol proporciona uma visibilidade que permite ambos assimilarem os riscos e ajustarem seus comportamentos para evitar tragédias. Das 48 fatalidades, 40 ocorreram durante a noite ou em períodos de amanhecer e anoitecer.
Além de propor mudanças para os órgãos responsáveis pelas rodovias, a PRF realiza fiscalizações rigorosas nos veículos, verificando itens que podem aumentar o risco de atropelamentos, como o funcionamento das luzes e a condição dos para-brisas. Somente neste primeiro semestre de 2024, a PRF no Paraná emitiu 10.496 autuações por irregularidades nos equipamentos obrigatórios conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Para os pedestres que precisam utilizar as rodovias à noite, a PRF recomenda que utilizem o acostamento, vistam roupas claras, usem a lanterna do celular para aumentar sua visibilidade e caminhem no sentido contrário ao dos veículos.
“A maioria dos sinistros fatais de trânsito atendidos pela PRF são perfeitamente evitáveis porque estão ligados ao comportamento humano, a atos de imprudência. Entre as principais causas estão, sempre, o excesso de velocidade, as ultrapassagens malsucedidas e a desatenção”, avalia o superintendente da PRF no Paraná, Fernando César Oliveira. “Trechos críticos de rodovias existem, sim. Mas o que mais mata no trânsito são as condutas críticas, independentemente das condições da pista e do clima.”
Fonte: Assessoria de Comunicação da PRF